Ideia do Dia

quinta-feira, setembro 21, 2006

Destino de 11 de Agosto

Monsanto

"Convidamos o leitor a deixar para trás a grande cidade do litoral, ou as praias pejadas de gente e de atropelos ambientais, para se encaminhar para a aldeia histórica de Monsanto, essa mesma que um dia Oliveira Salazar resolveu classificar como "a terra mais portuguesa de Portugal".

Referências históricas recentes à parte, importa saber que estamos a movimentar-nos numa zona raiana de clara transição entre a Beira Baixa, acidentada e granítica, e o Alentejo, suave e desprovido de amontoados rochosos.Para os menos conhecedores da região, fica a informação de que, para quem vem do Sul, se pode encaminhar pelo IP2 ou A23 até Castelo Branco, seguindo depois pela Estrada Nacional nº 233, e virando à direita imediatamente a seguir a S. Miguel de Acha, para a EN nº 239. Monsanto começa imediatamente a vislumbrar-se do nosso lado direito na linha que se eleva abruptamente no horizonte.
Se vier do Norte, pode seguir pelo IP5 até à Guarda, virando depois à esquerda para a direcção Sabugal e, mais tarde, Penamacor, sempre pela EN 233. Monsanto, neste caso, surge à nossa esquerda.

Edificada no cimo de um penedo a 758 metros de altitude, que sobressai milagrosamente do resto da planura da paisagem envolvente (razão pela qual um dia foi chamado de Mons Sanctus - Monte Santo), a aldeia onde as rochas servem de chão e de parede às pequenas casas que lhe dão forma, vive um quotidiano de ritmo incerto.

Para os cerca de 170 habitantes de Monsanto, o dia-a-dia vai balançando entre a monotonia do longo e rigoroso Inverno beirão - altura em que as baixas temperaturas são mais duras de suportar do que a frieza do próprio granito -, e a animação turística trazida pelos forasteiros, que durante o resto do ano emprestam um movimento inusitado às ruas estreitas da "santificada" terra.

A classificação que na década de trinta lhe foi atribuída por Oliveira Salazar acabou por lhe trazer fama e algumas receitas turísticas nos anos sequentes. Foram anos de esplendor para a aldeia que um dia os homens souberam esculpir na dureza granítica da rocha.

É essa particularidade que faz precisamente de Monsanto uma aldeia única, em que as casas e as rochas se confundem em cada esquina. Uma arquitectura que convida a um olhar demorado, pois só assim talvez possamos perceber os ditos populares que a custo vão atravessando o tempo, de geração em geração:
Nunca se ouviu em Monsanto
Onde as águias roçam a asa
Se a casa nasce da rocha
Se a rocha nasce da casa

Realmente é difícil afirmar com segurança onde começa uma e acaba a outra. Esta originalidade fez com que os preços das casas de Monsanto tenham vindo a subir em flecha ao longo dos últimos anos. Casas a 15 ou mesmo 20 mil contos não são raras por ali. Os preços de venda das habitações são, de resto, um dos assuntos recorrentes das conversas de ocasião tidas à porta da taberna, ou à beira do caminho que conduz ao castelo altaneiro da aldeia, edificado no final do século XII.

Um lugar mágico, uma fortificação imponente e altiva, como que a lembrar que a força humana é capaz de provocar emoções tão grandes e tão infinitas como as paisagens que se avistam das muralhas grandiosas que se sobrepõem à aldeia.

Mais antigo que o castelo é o próprio burgo, conquistado por D. Afonso Henriques aos mouros em 1165.De então para cá tem sido um amontoar de histórias, que se vão mantendo agarradas às pedras de cada edificação. Obrigatórias são as visitas à torre sineira, encimada por um galo de prata em forma de cata vento; à igreja românica e às sepulturas antropomórficas que se situam à beira da muralha do castelo. A uma vintena de passos situam-se os restos de uma segunda capela também românica, onde ainda se mantém de pé o arco em ogiva, virado a nascente, para terras de Espanha, convidando a um olhar prolongado pela paisagem que se sucede numa cascata de montes, formando silhuetas que se vão diluindo no horizonte mágico e longínquo.

Absolutamente fantástico."

Porque a vida nao é feita de tristezas e há muitos momentos bons que recordar, aqui fica uma descricao do sapo para um dos nossos passeios de férias...

Até à próxima!

1 comentário:

BlueAngel aka LN disse...

Há muito que ando para lá ir. Assim ainda fiquei com mais curiosidade. E agora já com as coordenadas todas, qualquer dia passo por lá! Obrigada pela sugestão! :-) beijocas larocas com amizade