Meia vitória, meia derrota
Foi pelo que passei no mês de Outubro de 2000.
Ainda recordo com alguma dor aqueles dias... foram cheios de emoções... foram cheios de contradições... foram de meia felicidade... foram de meia tristeza...
Foram dias muito difíceis...
Foi descobrir que após muita vontade e muita espera um sonho consegue tornar-se realidade, mas que assim como se realiza se pode esfumar, desaparecer, evaporar, tornar-se em nada...
Tanta luta para sair derrotada...
Após alguns anos a lutar por um filho o facto de receber a notícia de que estava grávida, foi uma dádiva de Deus e um concretizar de um sonho...
As análises à urina acusaram positivo e naqueles momentos eu fiquei feliz, conseguir provar a mim, ao médico que estava à minha frente e a todos, que afinal eu era fértil, foi uma grande vitória!
Mas este sabor durou pouco...
Poucos minutos se passaram para que tudo começasse a desmoronar...
Tudo se apagou com uma simples ecografia... o sangue que eu andava a perder nos últimos dias foram devido a um aborto... no meu útero havia uma gravidez, mas já não havia bebé... pelo menos o médico não o encontrava nem o via...
Tudo mudou...
Fui internada...
Raspagem...
Um marido ao meu lado que sofria para dentro e para ele...
Tivemos uma crise muito difícil...
Não conseguíamos sofrer em conjunto... não conseguia chegar até ele... não conseguia continuar a mostrar-me sempre a forte...
Foi a derrota de ter perdido aquele bebé que por vezes ainda imagino nos meus braços...
Foi a vitória de saber que nada nem ninguém nos impediriam de termos no colo outros rebentos...
E a prova está que nove meses depois recebi a grande notícia de que tinha o Henrique no meu ventre...
Mas aquele primeiro bebé será sempre o meu primeiro filho...
Uma meia vitória e uma meia derrota...
Até à próxima...
3 comentários:
A perda é sempre difícil de superar. Então substituir é impossível.
Vivemos com a perda e com o vazio que nos deixa, mas a vida é assim mesmo, meias vitórias e meias derrotas.
Bjs
Não consigo deixar um comentário no post anterior, por isso, aqui vai:
Já li vários livros de Paulo Coelho, numa outra altura da minha vida, acho que agora não era capaz de o fazer. Gosto da escrita simples, mas se calhar é demasiado simples, para mim, para agora, não sei.
Quando os li gostei, alguns identifiquei-me muito, mas agora quando penso neles, não...
Talvez o que gostei mais: Brida.
Mudando de autor, já leste O Perfume? É fenomenal.
Tens o dom da vida, fofa, e aquela criança que tiveste no teu ventre e que amaste e ainda hoje amas foi por ele agraciada, tal como os teus dois pequenos que acompanharás até ao fim dos teus dias! Um beijo grande!
Perder alguém é sempre doloroso, quando esse alguem faz parte de nós imagino que deve ser uma amargura e uma dor ainda maior para com a vida. Felizmente, tens agora dois pimolhos que amas e te fazem feliz. Não tens que esquecer aquea criança, até porque nunca esquecemos aqueles que amamos. beijocas larocas com amizade
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