Uma história sobre bichinhos...
Vou contar uma história que se passou à uma ou duas semanas, mas que hoje teve um culminar inesperado.
Nós moramos num rés-de-chao e temos por detrás do apartamento um jardim. Até aqui tudo muito bem, é bom pois os pimpolhos podem brincar à vontade na relva, podemos grelhar e coisas do género. Desde o principio do mês tem estado bom tempo (tirando hoje que está novamente um frio de rachar) e entao os pimpolhos aproveitavam cada momento para brincar lá fora. Até que um dia ao estar o pai a tomar banho com os pimpolhos, na maior algazarra (nem conto como fica sempre a casa-de-banho ao fim desses banhos a três) oico um grito do P.:
- O D. tem uma carraca espetada!
Eu nao acreditava, pensei que ele estivesse a gozar comigo (menina de cidade que jamais tinha visto uma carraca na vida dela), mas afinal era verdade. Fiquei em pânico. Telefonei à minha mae para pedir algum conselho, mas nada, desta vez nem ela sabia o que fazer (apesar das maes por vezes serem verdadeiras enciclopédias médicas). Deitámos o D. com o peito (local onde ela o tinha mordido) debaixo de água, na tentativa de tentar amolecer o local, para assim tentar retirar a dita cuja... Saiu... Nao custou muito... Mas eu ignorante neste assunto e ainda sem ter a certeza se de facto seria mesmo uma carraca, guardei o bicho enrolado num lenco de papel.
E tentei pesquisar um pouco na Net para ver o que deveríamos fazer, (ouve-se tanta coisa, como a febre da carraca e coisas do género, que ficamos logo em estado de pânico, quando algo acontece aos nossos pimpolhos) e encontrei algumas boas explicacoes, entre elas:
"Uma carraca deve ser sempre retirada por pessoas com experiência prévia (boa, obrigado nós já a tinhamos tirado) ou por um Médico, pois corre-se o perigo de ficar a cabeca espetada, blábláblá..." grito entao ao P. que ainda estava na banheira com os pimpolhos, para ele ver se ainda havia alguma coisa espetada lá no local, mas nada, gracas a Deus. E agora que fazer?
Lembrei-me da linha "Dói-dói Saúde 24" que existe em Portugal e que já me deu algum jeito e aconselho vivamente, mas aqui nao é Portugal, e que eu tenha conhecimento nao existe nada do género. O pediatra nao estava contactável, (era sexta à tardinha e o consultório já se encontava fechado), entao só me ocorreu uma coisa. Telefonar para a clínica pediátrica cá do sitio e tentar saber que cuidados devia ter. Fui bem atendida e a Médica, muito prestável, tentou saber se nós já tinhamos tirado a carraca, se estava vermelho e deu-me alguns conselhos para os dias seguintes, mas que nao era caso para me preocupar muito (mas ó coracaozinho de mae fica logo preocupado) e com um aviso se caso febre aparecesse recorrer logo aos servicos de urgência da dita clinica.
Gracas a Deus, nao passou de um susto e nao aconteceu mais nada, pelo menos era o que nós pensávamos até hoje...
Pois, apesar de nao ter referido o bichinho que eu tinha guardado num lenco de papel, (para o caso de termos de levar ao Hospital para ser identificado, pois eu nao tinha a certeza do que era uma carraca) desapareceu nesse dia e pelo que parece apareceu hoje novamente...
(Pois eu nao acredito que tenha sido outro diferente.)
Espetado num outro membro desta familia...
No P.
Nao acreditei (mais uma vez) que fosse verdade, parecia impossivel que após dez dias voltássemos a ver novamente assim um bichinho, depois de durante quase trinta anos nunca ter visto nenhum...
Mas era verdade...
E eu ri-me, e ri-me e voltei a rir-me...
Nao por ter acontecido ao P. (pois isso nao tem piada nenhuma) mas sim pelo local que desta vez a carraca tinha escolhido...
Pois só me lembro das palavras do H. a chamar por mim:
- Mae! Mae! O pai tem uma carraca no pilau!
Estao, certamente, a imaginar a minha cara, nao conseguia parar de rir e de ao mesmo tempo ter pena do rapaz...
E lá fui eu buscar uma pinca para, com muito cuidado, lhe retirar o maldito do bicho!!
Nao consigo imaginar como é que o raio da carraca foi ali parar!
Telefonei entao mais uma vez à minha mae e contei-lhe entre risos e também ela se riu e até o P. se riu com ela ao telefone...
Ele até já brincava e dizia:
- A mim tanto me faz ser mulher ou carraca, desde que seja fêmea é o que aparece à frente!
E assim terminou ( pelo menos assim espero) uma história de um bichinho, que apesar de ter sido por um lado muito perigosa se tornou muito cómica!!!
Até à próxima e cuidadinho com os bichinhos que andam por aí à solta...
1 comentário:
Segundo tenho ouvido dizer as carraças para sairem completamente devem ser besuntadas com azeite e só depois é que se tiram.
Sorte a vossa não terem ficado doentes. Bjs
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